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sábado, 23 de setembro de 2017

VOLTANDO...

Veneza




Olá, pessoal!

Estive fora por uns dias, realizando um grande e muito antigo sonho: conhecer a Itália! Foi uma experiência transformadora visitar a terra do meu avô e dos meus bisavós. Cada momento foi vivido com muita intensidade, e inicio uma série de crônicas e poemas para contar sobre as coisas que vi, senti e vivi. Para ficar na lembrança. Porque escrever e fotografar são as melhores formas de se lembrar de tudo.

Começo com esta crônica:


San Gimigniano



PARA QUEM NÃO ESCREVI

Estes textos não foram escritos para quem já viajou muito e sabe mais do que eu. Não pretendo afirmar isto ou aquilo a respeito de um povo e de um lugar que mal conheci, pois foram apenas quinze dias de viagem – dois dos quais ficamos em casa, nos recuperando: eu, de uma forte gripe, e meu marido, de uma inflamação no tendão.

Estes textos não são para aquelas pessoas que a gente encontra nos aeroportos, junto as quais ficamos até meio-envergonhados de demonstrar nossa surpresa e maravilha diante de coisas que, para elas, são simples e rotineiras; enquanto o sol nasce sob as asas do avião, em cores maravilhosas, e nós, os simples mortais comuns que não viajam muito, tiramos fotografias e damos suspiros de admiração, tais pessoas dormem tranquilamente. Enquanto ficamos ansiosos por passar no free shop e comprar perfumes, elas passam por nós de cabeça erguida em direção a um destino certo e com hora marcada. Enquanto paramos para olhar os cartazes nos aeroportos, ou lemos as plaquinhas sob os monumentos em cidades históricas, estas pessoas olham seus relógios e afundam os rostos nos jornais.

Estas pessoas, cidadãs do mundo, passam rapidamente pelas lojinhas de souvenirs, e sentam-se nos cafés das cidades históricas com ares entediados lendo ou conversando, enquanto nós passamos por elas fotografando tudo e carregando sacolas cheias de comprinhas.

Eu não escrevi estes textos para quem já esteve na Itália muitas vezes, ou para quem já conhece o mundo todo. Tais pessoas com certeza os acharão simplórios, equivocados ou quem sabe, pretensiosos. Escrevo para lembrar, em primeiro lugar, das coisas lindas que pude ver, e do meu antigo sonho realizado. Escrevo porque não quero esquecer. Escrevo para que as imagens das fotografias que eu obtive – mais de duas mil imagens – não percam seu significado, e que eu possa olhar para elas e me lembrar do que vi, do que estava sentindo quando as obtive, de onde eu estava, quem estava comigo, do que eu aprendi.





sábado, 2 de setembro de 2017

Até um Dia!









Olá, pessoal!


Por motivos pessoais, estarei fora da rede durante alguns dias. Volto em breve!


Abraços!




terça-feira, 29 de agosto de 2017

Sobre a Vida e a Morte





Este é um comentário que acabo de deixar no blog Vida Alta, de Claudio Poeta:


Mais um blog que silencia. Mais uma alma que ficará perdida no espaço cibernético. Poemas, idéias e ideais que fizeram diferença para alguém, que os criou, postou e cuidou deles. E agora, todas estas idéias permanecerão online Deus sabe por quanto tempo, até que alguém as apague os simplesmente se apodere delas. 

Às vezes escrever faz surgir estas angústias... passamos tanto tempo criando textos online, colocando a alma e o coração em poemas e crônicas, contos e discursos, para então tudo se perder e ser esquecido. Seremos todos esquecidos. Estaremos todos perdidos e ausentes para sempre. Isto me faz questionar a importância de escrever: para que tanto tempo e tanta dedicação, se tudo se acaba, se tudo é esquecido? para que aprender tanto, ler tanto, escrever tanto, falar tanto?

Para que pensar tanto? Mudar o mundo, mudar a nós mesmos... qual o objetivo disso tudo?

A vida será sempre um mistério, e nós junto com ela. A morte talvez nos traga algumas respostas, ou pelo menos, alguma paz.





sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Cântico Negro





Uma reflexão, um poema de José Régio

"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se levantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.

                      José Régio

O VERNIZ DAS "CONVICÇÕES"







Neste imenso mundo que tornou-se tão pequeno devido ao efeito das redes sociais, diferentes ideias são propagadas a todo momento. Seus autores, que quase sempre escondem interesses escusos, pretendem soar originais, modernos, liberais e abertos ao novo. Ao construírem seu império de ideias, que é constantemente frágil e sem alicerces, tais “Imperadores da Verdade” o cobrem com camadas de verniz de boa qualidade para que ninguém note as imperfeições, falácias e absurdos que ele contém. E basta uma leve arranhada na superfície para trazer à tona a podridão de tais impérios das ideias.

O que não falta, são seguidores acéfalos e cordatos, que amontoados pela necessidade de serem guiados por alguma causa, passam a erguer bandeiras e aceitar ideias alheias sem sequer um momento de reflexão. Afinal, todo mundo quer ser aceito, e nos dias de hoje, ser aceito significa soar moderno, liberal e seguir a maioria. Qualquer um que defenda algum valor antigo – como se todos os valores antigos fossem preconceituosos e desnecessários – é acusado de velho, primitivo, preconceituoso ou fascista.

A vulgaridade, a intolerância, a distorção de valores, a ignorância e o egoísmo correm à solta por aí. E ai de quem não seguir na mesma direção!

Eu tenho meus valores e minhas ideias. Sei que posso estar errada em algumas delas, e por isso, gosto de conversar, discutir, comparar, debater. Mas quando sinto que estou em um meio onde tudo o que se quer é ser contra esses valores, não importa o quanto eles possam ter um eco verdadeiro, eu me retiro, pois é inútil discutir quando os sujeitos da discussão estão determinados a não pensar, não refletir.

Assim, feministas xingam de burras, machistas e retrógradas qualquer outra mulher que não concorde com seus valores; partidários da esquerda consideram fascistas todos os que não fazem coro com eles, e partidários da direita consideram comunistas todos os que não carregam a mesma bandeira que eles. Nós X Eles. Todos dizem lutar pelo direito de igualdade e contra o preconceito e o separatismo, mas fazem exatamente o contrário. Todos dizem-se não preconceituosos, mas se alguém discorda de suas convicções, imediatamente o repelem com pedras e paus, demonstrando inconsistência e a volatidade de seus vernizes. Todos pregam a liberdade de escolha, desde que os outros escolham as mesmas coisas que eles.

Seus posicionamentos? “É assim, e pronto.” Ponto final. Se você pensa diferente, é burro. Se propõe uma reflexão mais aprofundada, é intrometido e quer aparecer. Não sabem argumentar, não sabem manter a calma, não conseguem conduzir uma conversa com alguém que pense de outra forma sem partir para a grosseria, o abuso, o xingamento e a falta de educação. Talvez por estarem cientes de que suas convicções não resistem a uma análise mais aprofundada. Sabem muito bem que não têm a supremacia da verdade, como gostam de se gabar.

São eles os burros, intolerantes, fascistas, ridículos, preconceituosos, machistas.





quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Exageros do FeMIMIMInismo Atual







Circula um textão pelo Facebook (bem escrito, by the way) no qual a autora afirma que nos dias de hoje, aqueles que afirmam gostar de mulheres não as apreciam como elas realmente são. Condena a plastificação feminina que acontece pelos artificialismos impostos pela sociedade (em minha opinião, são as próprias mulheres que os impõe) como cirurgias plásticas e exercícios físicos exagerados, por exemplo. Até aí, eu concordo.

Porém, o texto continua, citando comportamentos que, segundo a autora, são exageros desnecessários, pois quem gosta realmente de mulher deve gostar também dos cheiros que ela exala, das pernas e axilas não depiladas, da falta de cuidado com a pele, unhas, cabelos e corpo. Uma mulher, diz a autora, não deveria preocupar-se em usar maquiagem, tingir cabelo, cuidar da higiene, pois, sugere a autora,  a mulher empoderada não liga para essas coisas. 

Mas eu duvido que exista alguma mulher que goste de um homem que tenha cabelos oleosos e sujos, mau-hálito, unhas pretas, cheiro de suor e maus modos. Todo mundo deve se cuidar, pois é muito desagradável ficar perto de alguém que cheira mal, não sabe se comportar (mesmo que arrotar, soltar gases, limpar o nariz e escarrar sejam coisas perfeitamente naturais aos humanos) e não tem apreço pela própria aparência. 

Da mesma forma, não é nada agradável ficar em uma casa que cheira a gordura rançosa, roupa suja e banheiro público mal cuidado. E eu não vejo nenhum mal em uma mulher cuidar do local onde vive. É uma questão de higiene, e isso não quer dizer que ela seja “mulherzinha”. 

Nossos corpos e lares exalam cheiros desagradáveis quando não cuidamos bem deles, e cuidar de si e do local onde se vive é essencial.




quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Há Flores Espirituais em Mim






Uma participação dedicada à amiga Rosélia, pelo oitavo aniversário de seu blog:



Sinto que há flores espirituais em mim
Toda vez que eu olho em teus olhos sem julgar,
Escuto o som raro do teu riso ao meu lado 
E mergulho no desejo irrefreável de te amar.

Sinto que há flores espirituais pelo mundo
Toda vez que saímos por aí, de mãos dadas,
A caminhar sem rumo por velhas estradas
Contemplando-as com a mesma surpresa do início.

Há flores espirituais, quando me lembro
Das muitas vezes em que um do outro nos perdemos,
E encontramos o caminho de volta, mesmo que
Outros tenham tentado apagar os nossos rastros...

Há flores espirituais, e eu não duvido,
Pois sinto que viver contigo é meu abrigo,
E me entrego sem temer a escuridão
Pois me guiarão até você os mesmos astros.







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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...