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quarta-feira, 1 de março de 2017

Prosperidade






Prosperidade é dinheiro e fartura. É não ter que fazer tantas contas no final do mês, e poder desfrutar de alguns luxos, sem ter que viver contando as moedinhas. Certo.

Mas para mim, prosperidade não é só isso. Ela está bem além do conceito financeiro. 

Acho que ser próspero é estar feliz e ter saúde também. É ser capaz de lutar pelo próprio sustento, sendo independente o máximo que for possível. É poder estar sozinho sem desesperar-se, porque existem boas lembranças a serem trazidas à tona e também alguns planos e sonhos a se realizarem. E é claro, um bom livro para exercitar o cérebro e a criatividade. 

Pode considerar-se próspero toda pessoa que não inveja ninguém, pois está satisfeita consigo mesma e com o que a vida lhe oferece, mesmo que ainda tenha sonhos a realizar. 

A prosperidade também descansa na GRATIDÃO - essa palavrinha tão esquecida nos dias de hoje.

Sentir-se grato é expressar sua gratidão à vida através do reconhecimento por tudo o que tem recebido, e também às pessoas que ajudaram a proporcionar estas coisas: isto é fundamental! Pessoas ingratas não desfrutam de prosperidade.

Eu posso fazer uma lista pelas coisas que eu sou grata. Por exemplo, sou grata:

-Pela minha casa
-Pelo meu marido
-Meus cães
-Meu trabalho e meus alunos
-Minha capacidade de andar, falar, enxergar, ouvir,aprender,ensinar
-Pelas árvores que cercam a minha casa
-Pelas minas que abastecem-nos com água pura e cristalina
-Pela comida que temos à mesa todos os dias
-Por cada uma das pessoas que já passaram pela minha vida, seja pela amizade que me ofereceram ou pelas lições que me deixaram
-Por trabalhar fazendo aquilo que mais gosto
-Por poder escrever.


Apesar de não ser rica - frequentemente as pessoas me perguntam se eu sou rica, como se ser rico significasse algum abono ou desabono de caráter- eu me considero uma pessoa muito próspera. E você? O que significa  prosperidade, em sua opinião? Adoraria saber.








terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Ah, eu amo Carnaval!!!








Ah, eu amo carnaval! O barulho dos carros de som estourando nossos tímpanos quando passamos na rua, o cheiro de urina nas esquinas e cantinhos da cidade, as pessoas achando que no carnaval pode tudo - e passando a mão nas mulheres ,- ligar a TV procurando por algo legal para assistir e deparar sempre com um repórter aos berros mostrando flashes do carnaval de rua em Recife / Salvador / Rio / Chapecó / Quintos dos infernos! Se eles selecionassem apenas uma cena e a colocassem no ar toda hora, ninguém notaria a diferença.

Ah, como eu amo o carnaval! Praias lotadas, engarrafamentos, arrastões, calor infernal, gente bêbada, axé tocando a todo volume, e "Vamulá galera! É issoaí! Batendo na palma da mão e rebolando até o chão (afinal de contas, carnaval também é funk)!"

E acima de tudo, os milhões de camisinhas que o governo distribui no carnaval - usando o dinheiro dos contribuintes, é claro - para que pessoas que eu nem conheço possam fornicar à vontade nas esquinas das ruas e dentro dos carros que ficam parados à porta das nossas casas. Mas tudo bem, é carnaval!

E o carro alegórico esmaga uma porção de gente, mas tudo bem, vamos tirar esse sangue e essa gente esmagada da pista porque o show tem que continuar, e enquanto isso, a platéia não arreda pé, todo mundo doido para dar entrevista na Globo e dizer o que viu, esmerando-se nos detalhes sórdidos.

Daí eu me lembro que aqui em Petrópolis não tem carnaval há alguns anos. E então, eu respiro fundo, e tenho a sensação de que eu realmente tenho sorte na vida.






Anoitecer Chuvoso















Beaming







Through the leaves, through the leaves,
Smoothly, softly,
Moved by the wind
The sun comes,
Beaming...

It combs the hair of the rain
Smoothly, softly,
And arranges them carefully
In a beautiful hair clip
Of rainbow.




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Mi-mi-mi de Facebook








Sempre me sinto bastante desconfortável se tiver que publicar alguma coisa na página de alguém no Face, ou marcar pessoas. Só faço se for absolutamente necessário, porque não gosto que o façam comigo. Acho inconveniente. Da mesma forma, não adiciono ninguém a grupos, e se fosse fazê-lo, perguntaria antes se a pessoa estaria interessada, por uma questão de respeito à privacidade e ao gosto alheios. Não acho que todo mundo deva pensar ou agir da mesma forma que eu, mas esta é a forma como eu ajo. 

Por isso, quando em comemorações de aniversário, eu preferia curtir a publicação de alguém, deixando a minha mensagem nos comentários. Daí a pessoa me chama de oportunista por ter feito isso, alegando que eu "Me aproveitei" da postagem de feliz aniversário dela... como se a tal postagem fosse algum exemplo de arte e literatura, e eu estivesse copiando, colando e assinando em baixo.

Mas as pessoas estão muito chatas! Algumas são tão repetitivas, batendo sempre nas mesmas teclas, que fica difícil conviver. Outras, clamam odiar as redes sociais, e alegam participar delas "apenas por necessidade de informar manter-se informado" (olhem-só-o-sacrifíco-que-eu faço-pelo-bem-da-informação-e-da sociedade em geral)- como se esta fosse a única maneira. Elas odeiam as redes sociais, mas estão lá 24 horas por dia, sete dias por semana, sempre reclamando de alguma coisa. Quer gente mais chata do que essas?

Há também aquelas famosas postagens contendo textos absurdos, e no final, "Não partilhe: copie e cole." Não copio. Não colo. Não partilho. Não curto. Não comento.

Quem nunca passou por algo assim no Facebook: "Gente, estou deixando definitivamente o Facebook. Esta é minha última postagem!" Geralmente, este tipo de postagem é acompanhado de muitas carinhas chorosas e comentários do tipo: "Não faça isso, amiga/o! É inveja! Não dê importância!" E se você for checar no dia seguinte, a pessoa ainda está lá... e ficará!

Ou então: "Estou fazendo uma faxina no meu Face, e se você não quer ser deletado, curta esta postagem, copie e cole no seu perfil."   Vá lamber sabão. Vá tomar banho. Pode me deletar. Não curto. Não colo. Não copio. Não comento. Não partilho.

Outra coisa totalmente absurda, é quando compartilham reportagens falsas sobre políticos ou outras pessoas famosas, sem verificar as fontes antes (cinco minutos de Google clarearia qualquer dúvida a respeito da veracidade de uma notícia). Espalham calúnias, geram ódio e fomentam o sensacionalismo.  Este é o tipo de postagem que mais me irrita.

Há algum tempo não permito mais postagens de outras pessoas nas minhas páginas, devido aos folgados de plantão que acham que a página alheia é espaço de divulgação para suas próprias publicações, propagandas políticas, ou local onde podem colocar posts de pessoas doentes ("deixem um amém se você torce pela recuperação dele(a)"), vídeos de animais sendo maltratados e coisas de pior gosto. Mesmo assim, há os que ainda usam os espaços dos comentários nas páginas alheias - ignorando completamente a postagem da pessoa - para colocar verdadeiras reportagens contendo links para seus próprios espaços. Falta de educação e de sensibilidade sem limites! E por mais que a gente apague, eles têm a cara de pau de ir lá e postar de novo, ou então enviam-nos inbox. Estou pensando seriamente em bloquear uma pessoa por isso...

Sem contar os engraçadinhos que pedem amizade - e a gente, inocentemente, aceita - e então começam a enviar mensagens inbox (que são solenemente ignoradas, e caso haja insistência, seus perfis são bloqueados por mim) e então começam: "Olá! Como vai, gata? Tá a fim?" Não, eu não tô a fim. Sou casada, se é que você se importou em olhar no meu perfil, e tenho 51 anos. Não sou gata há pelo menos 30. 

Mas apesar de tantos pesares, ainda considero as redes sociais como algo muito positivo. Através delas, divulgo meus pobres escritos - embora não os empurre goelas abaixo em ninguém. Partilho fotos e fico sabendo o que anda rolando na família. Leio coisas interessantíssimas e fico conhecendo virtualmente pessoas interessantes. Como o mundo aqui fora, as redes sociais estão cheias de gente legal e de gente sem noção. E eu ajo com elas da mesma forma como ajo com os sem noção daqui de fora: deleto e bloqueio.












A Casa Longe de Casa






Sempre que viajamos, tentamos levar conosco um pedacinho da nossa casa e do conforto que desfrutamos nela: nossos travesseiros, um livro favorito, o pijama ou camisola velhinhos, ou até mesmo um objeto de estimação. Meu marido, por exemplo, não viaja sem levar seu próprio travesseiro. Eu não viajo sem levar meu leitor eletrônico, o Kindle. 

Quando chego na minha casa alternativa - a que ocuparei por alguns dias - tento fazer com que ela se adapte a mim. Coloco minhas roupas nos cabides, minhas toalhas nos banheiros, e procuro arranjar as coisas na cozinha de forma que ela fique funcional, mesmo que não pareça muito arrumada. Escolho as xícaras, copos, talheres e pratos que vou usar na minha estadia, deixando-os disponíveis sobre a pia e mantendo todos os outros em seus lugares. E quando vou embora, deixo tudo exatamente da mesma forma que eu encontrei, só que mais limpo.

Se minha casa temporária for um hotel, melhor ainda: não existe a preocupação com arrumação e limpeza! Acho que a única forma de realmente descansar durante uma viagem, é ficando em um hotel, mesmo que seja um lugar bem simples.

Lembro-me que uma de nossas melhores viagens, que foi para Minas Gerias em um mês frio de junho, há muitos anos, nós ficamos em uma pequena pensão em Tiradentes totalmente desprovida de qualquer luxo. O carpete era roxo, e meu marido exclamou ao entrarmos: "Nossa... eu não quero ficar aqui!"  Porém, era a época do festival de inverno, e não havia outros lugares para ficarmos. Mas nossa estadia mostrou-se bastante agradável, já que apesar de bem simples, o local era limpo e servia um café da manhã dos deuses. 

Nunca me esqueci quando, às seis da manhã, acordei com o barulho de carruagens passando sob a sacada. Abri-a, e para minha surpresa, tive a sensação de estar em um cenário do século retrasado. Sob o céu nebuloso, avistei as dezenas de ipês amarelos floridos, e a carroça do leiteiro que passava, deixando o leite junto às portas. Senti-me muito bem. Em casa. 

Na minha primeira viagem de avião, que foi para Salvador, ficamos hospedados em um hotel de luxo - o Meridien. Mal pude controlar o fôlego ao chegar à janela e deparar com a Praia Vermelha, as ondas quebrando nas pedras lá embaixo. Senti-me totalmente em casa em Salvador, e chorei muito quando tivemos que voltar. 

Não importa se é um hotel luxuoso, um lugar simples ou uma casa emprestada ou alugada: acredito que um dos  prazeres em viajar, está em ser capaz sentir-se em casa em outras casas. E tratar estes locais como se fossem, realmente, as nossas casas, respeitando-os e conservando-os, e sabendo que depois que formos embora, eles servirão de casas temporárias às outras pessoas que chegarem. 

Acho muito triste quando chego em um local e descubro que ele está quebrado, sujo e faltando objetos. Falta de consideração e de educação.





Sebastien-Roch-Nicolas de Chamfort - e a Sociedade







Máximas de Chamfort - e sua crítica à sociedade de sua época, que pelo que vejo, só mudou para pior.








Há séculos em que a opinião pública é a pior das opiniões.





Podemos considerar o edifício metafísico da sociedade como um edifício material composto de diversos nichos ou compartimentos, de grandeza mais ou menos considerável. Os cargos – com suas prerrogativas, seus direitos, etc.- constituem esses diversos compartimentos, esses diferentes nichos. Eles são duradouros enquanto os homens passam. Aqueles que os ocupam são ora grandes, ora pequenos, e nenhum ou quase nenhum foi feito para seu cargo. Ali vemos um gigante, curvado ou acocorado em sua pequena morada. Lá está um anão sob uma arcada: raramente o nicho é feito para uma estátua. Em torno do edifício circula uma multidão de homens de diferentes tamanhos. Todos esperam que haja um nicho vazio, a fim de colocarem nele, qualquer que seja. Para ser admitido, cada um faz valer seus direitos, ou seja, o seu nascimento ou suas proteções. Eles apurariam aquele que, para ter preferência, fizesse valer a proporção que existe entre o nicho e o homem, entre o instrumento e o estojo. Os próprios concorrentes se abstêm de objetar essa desproporção aos seus adversários.




Aqueles que tem espírito têm mil boas histórias para contar sobre as tolices e as bajulações das quais foram testemunhas, e é o que se pode ver por cem exemplos. Como esse é um mal tão antigo quanto a monarquia, nada comprova melhor quão irremediável ele é. Pelos milhares de casos que ouvi contar, poderia concluir que, se os macacos tivessem o talento dos papagaios, seriam de bom grado transformados em ministros.




Os homens deste mundo estão amontoados, enquanto creem estar em sociedade.




A sociedade é composta de duas grandes classes: os que têm mais jantares do que apetite, e os que têm mais apetite do que jantares.






Felizes os que nada esperam, nunca serão desiludidos.




Não é fácil encontrar a felicidade em nós mesmos e é impossível encontrá-la em outro lugar.





A sociedade – aquilo que se chama de mundo – não passa de luta entre mil pequenos interesses opostos, uma luta eterna entre todas as vaidades que se entrecruzam, se chocam, sucessivamente feridas, humilhadas umas pelas outras, que expiam no dia seguinte, no desgosto de uma derrota, o triunfo da véspera. Viver solitário, não ser machucado nesse choque miserável em que se lança por um instante os olhos para ser arrasado no instante seguinte, é aquilo que se chama de não ser nada, não ter existência. Pobre humanidade!





O público, o público, quantos tolos são precisos para fazer um público?





Quando Montaigne diz, a propósito, da grandeza: “Já que não podemos alcança-la, vinguemo-nos, maldizendo-a”, ele diz uma coisa divertida, muitas vezes verdadeira, mas escandalosa, e que dá armas aos tolos que foram favorecidos pela fortuna. Muitas vezes é por pequenez que se odeia a igualdade de condições. Porém, um verdadeiro sábio e um homem honesto poderiam odiá-la como uma barreira que separa as almas feitas para se aproximarem. Há poucos homens de caráter distinto que não tenham rejeitado os sentimentos que lhe inspirava um certo homem de classe superior, que não tenham repelido, para sua própria aflição, alguma amizade que poderia ser para eles uma fonte de doçuras e consolações. Cada um deles, em vez de repetir as palavras de Montaigne, pode dizer: “Odeio a grandeza que me faz fugir daquilo que eu amava ou teria amado.”






A generosidade não passa da piedade das almas nobres.





Celebridade: a vantagem de ser conhecido por aqueles que não nos conhecem.




Governa-se os homens com a cabeça: não se joga xadrez com um bom coração.






Tudo que é oriundo da classe do povo arma-se contra ele para oprimí-lo, desde o miliciano até o negociante transformado em secretário do rei, o pregador saído de uma aldeia para pregar a submissão ao poder arbitrário, o historiógrafo filho de um burguês, etc. São como os soldados de Cadmo: os primeiros a receber suas armas voltam-se contra seus irmãos e atiram-se sobre eles. (
Nota: Cadmos – mitológico fundador de Tebas. Chegando à Beócia, matou um dragão que devorava seus homens e, por ordem de Minerva, semeou seus dentes. Desses dentes afiados nasceram soldados, que lutaram entre si até só restarem cinco, que se tornaram os ancestrais dos tebanos). 




Filósofo, moralista, hedonista e revolucionário, o francês Sébastien-Roch-Nicolas de Chamfort (1740-1794) foi um dos principais críticos da sociedade francesa do século XVIII. Iniciou sua carreira literária com poesias e comédias, porém alcançou notoriedade com a publicação póstuma de Máximas, Pensamentos & caracteres & Anedotas. Contrário aos valores corrompidos que cercavam o reinado de Luis XVI, Chamfort foi partidário da Revolução Francesa. Detido em 1793 e ameaçado de ser novamente detido no ano seguinte, Chamfort faleceu em virtude dos ferimentos decorrentes de sua desastrada tentativa de suicídio. Não suportando a idéia de voltar para a prisão, Chamfort fecha-se em seu gabinete e dispara uma bala contra o rosto. A pistola funciona mal e, apesar de perder o nariz e parte do maxilar, ele não consegue matar-se. Arma-se então de um corta-papéis e tenta cortar a garganta porém, apesar de diversas tentativas, não consegue achar a artéria. Utiliza então o mesmo corta-papéis para espetar o peito e seus jarretes. Exausto, perde a consciência. Seu valete, alertado, encontra-o em um mar de sangue. Apesar de todos os esforços de Chamfort para matar-se, conseguem salvá-lo.

                               


                                  

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