witch lady

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sexta-feira, 8 de julho de 2016

Basta







Basta uma brisa mais leve,
Perfume de flor,
O roçar de uma pena de passarinho
Caída do céu, por acaso,
Basta um olhar mais raso,
Atravessado,
Um cheiro de bolor dentro de um livro,
Ouvir um riso distraído,
Nem mal nem bem intencionado.

Basta uma palavra, um recado,
Um esbarrão acidental,
Uma música antiga tocando de repente,
Uma lembrança escondida que vem à tona,
Basta um ‘não’, por mais suave,
Um filme mais triste,
Um vento mais frio,

Basta ver um cão abandonado,
Mesmo que esteja feliz,
Um pedaço de jornal rasgado
Voando pela calçada,
Os sons de passos apressados
Passando por mim, sem me ver,
Basta, eu juro,
Fechar os olhos e tentar esquecer,

E eu não me esqueço,
E eu me despedaço,
Pois hoje, bastam apenas palavras ditas
Em um tom um pouco mais duro,
E eu arrebento a alma de encontro a um muro,
E choro, choro, choro
Até morrer...





terça-feira, 5 de julho de 2016

Lágrima









A lágrima é um alívio,
Dor em estado líquido,
É chuva em solo seco
Consolo ao desconsolo
É rio que se estende
Entre duas distâncias.


A lágrima é palavra
Que escorre, silenciosa,
Sem medo ou vaidade,
Demonstra à inconstância
Da vida, e a saudade
Sem pompa ou circunstância.


A lágrima é a resposta
Que a vida nos entrega
Quando tudo se acaba;
A lágrima é a aldrava
Que bate, bate, bate,
Sobre a porta fechada.


A lágrima é o alívio
Que nunca será cura,
A reação mais doce
Quando a vida é mais dura.


Mas mostra que no peito
Vazio de alegria
Existe um coração
Que embora esteja morto,
Há de bater, um dia...





Pra Você Pensar







“Um único homem sem alegria basta para criar numa casa inteira um mau humor contínuo e para a envolver numa nuvem escura: e é um milagre se este homem não está presente! É preciso muito para que a felicidade seja doença tão contagiosa. De onde é que isso vem?” 

 Friedrich Nietzsche



E se Nietzsche falou, está falado.

Que tipo de pensamentos e sentimentos você anda espalhando pela sua casa? Sobre o que vocês costumam conversar quando estão reunidos? Quando você anda pela sua casa, que tipo de energia te envolve: Alegria? Tristeza?  Gratidão? Medo? Raiva? Prosperidade? Inveja? Arrependimento?  Abundância? Felicidade? Lealdade? Parece simples, mas é muito importante prestar atenção.

Quando alguém chega à sua casa, você sente que tal pessoa está confortável, à vontade, ou está inquieta, olhando o relógio sempre? 

E você: como se sente na sua casa? Pode ficar sozinho e se sentir bem, ou procura fugir desse encontro consigo mesmo de todas as maneiras? Consegue sentar-se por alguns minutos sem os estímulos da TV, livros, aparelho de som, computadores ou telefones celulares? 

Você escuta a sua casa? O que ela anda dizendo?



quinta-feira, 30 de junho de 2016

BAUERNFEST 2016






UMA ESTÁTUA VIVA







A tarde estava linda, e um pouquinho fria. Do jeito que eu gosto. Eu e meu marido acabáramos de chegar à Bauernfest, a festa que celebra a colonização alemã em Petrópolis. Enquanto caminhávamos, observando a alegria das pessoas, as barracas de quitutes e as cores, começamos a nos lembrar de pessoas que adoravam esta festa, e que já não estão mais aqui para celebrá-la. No meio de tanta alegria, nós estávamos um pouco melancólicos. 







E de repente, eu encontrei um anjo branco em um pedestal. As pessoas o rodeavam, curiosas. De longe, pensei que fosse uma estátua, e pensei: por que uma simples estátua chamaria a atenção de tantas pessoas? Nos aproximamos, e ele se moveu: era uma estátua viva! Coloquei algumas moedas na caixinha que estava aos pés do anjo, e li a inscrição: “Anjo Gabriel.” Aproximei-me mais, e mostrei o celular, pedindo para tirar uma foto, e ele concordou com a cabeça. O que mais me impressionou, foi a serenidade com a qual ele, de seu pedestal, olhava para nós. O artista tinha encarnado totalmente o seu personagem, e me perguntei até que ponto ele era apenas um personagem, ou realmente um mensageiro dos céus. 





Tirei a foto que eu queria, e ele me entregou um papelzinho dobrado, que tirou do seu bolso. Li: “Os momentos da vida em que mais crescemos, são quando ficamos de joelhos.”  Pensei nas tantas coisas pelas quais tínhamos passado, lembrando-me de que todos, alguma vez na vida – ou várias vezes – estaremos de joelhos, diante de uma dor, uma perda, uma grande dúvida ou um medo paralisante, sem saber o que fazer. Estaremos de joelhos para que não nos esqueçamos de que, ajoelhados, todos ficamos exatamente da mesma altura. Agradeci, e continuamos a nossa caminhada. De repente, a festa pareceu ficar mais colorida e bonita. Começamos a reparar no grande número de crianças que havia por ali, cada qual mais linda que a outra. E eu me lembrei de quando eu era como elas, e minha mãe e meu pai nos levavam a festas como aquela. Lembrei-me da música tocando alto, das cores, dos balões multicoloridos, e de como muitas vezes eu acordava na manhã seguinte em minha cama, sem saber como tinha ido parar lá. 





Olhei de novo para todas aquelas crianças, deixando que a alegria delas pudesse chegar até mim, e lamentando pelo dia em que todas elas – todas – teriam o seu momento de estar de joelhos. Desejei que tais momentos não durem muito.





Quando passamos novamente pelo local onde deveria estar o anjo, encontramos um homem que despia suas asas, guardando suas vestes em uma bolsa. Com o rosto ainda pintado de branco, ele se despediu das poucas pessoas que ainda o observavam e misturou-se à multidão, como um anjo que caiu do céu.





terça-feira, 28 de junho de 2016

MY SOUL









My soul,
It dwells on the feathers of the birds,
And nests with them.

When they sing,
My soul sings,
But when they fly
(unfortunately)
My soul stays in this nest,
Comfortable where it rests,
Waiting for their return.

Then I wonder:
When will I finally go,
When will I finally burn
This heavy weight
To which I'm cuffed? 














A ONÇA

IMAGEM DO GOOGLE





Deixemos assim:
Esqueçamos da onça,
Entremos na dança 
Dos jogos e festas;
A tocha que passa
De mão para mão,
Sorrisos Colgate
Na televisão!

Deixemos de lado
O ouro roubado,
Larguemos de mão
Os corpos que sofrem
Tão abandonados
Nas filas, no chão
De infernos lotados!

Esqueçamos os fatos
As corrupções
Discursos mofados,
As aberrações
Que grassam nas ruas
De noite e de dia,
Os berros obscenos
As defecações!

Deixemos assim:
Sem água que chegue
Para se lavar
A negra sujeira!
Mentiras online,
Calúnias escritas,
Falácias bonitas,
E há sempre alguém
Pregando bondade,
Fingindo justiça,
Querendo só ser
A tal salvação!

Irmão contra irmão,
Direitos ‘iguais’
De sermos roubados,
Vilipendiados,
A fome, o terror,
Os desempregados
E nos trens lotados
Olhares vazios
De gente sofrida
Que não tem saída,
Não vê solução...

Deixemos assim:
Esqueçamos das vacas
Prenhes, mutiladas,
E das invasões,
Colheitas roubadas
E distribuídas
No meio de quem
Não faz por ganhar
Sua própria vida,
Destrói, queima, mata,
Aquilo que o outro
Cultiva na lida!

Pregando igualdade,
Querem que a riqueza
Seja repartida,
Mas ao mesmo tempo,
Dizem que o rico
É o fel da pobreza,
Culpados de tudo,
Da dor, do desgosto,
Mas desejam ter
Tudo o que eles tem,
Sem o mesmo esforço.

Nós somos a onça,
Que ruge, que medra,
Coleira apertada,
Sonhando com a mata
Com a liberdade,
Mas acorrentada
Pela vaidade
De gente covarde
Que diz que nos cuida,
Que diz que nos ama,
E que nos protege
E aos poucos, nos mata!






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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...