witch lady

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sábado, 8 de março de 2014

A VIDA



A vida é esse instante no qual te moves
E perguntas, e gritas, duvidas e foges
De todas as respostas que ela te der.

A vida é a paisagem à tua janela,
(Quer queiras ou não tornar-te parte dela)
A vida é o que passa, e tu passas com ela.

A vida é o que zomba da eternidade,
E conta mentiras, distorce verdades,
E ela te mata sempre no final.

E é só te matando que ela se revela,
E só te liberta quando ela te sela
No esquife ilusório da história fatal.















sexta-feira, 7 de março de 2014

Colha-me




Colha-me
Pois eu sou a flor rara,
A que tu mereces,
A que tu plantaste.
Segura firma
A minha haste,
Colha-me,
Cheira minhas partes
Erga-me
Como a um estandarte,
Ponha-me num vaso
Com água,
Olha-me,
Molha-me,
Cultiva tuas mágoas

E da próxima vez,
Escolha melhor
As flores que colhes,
As sementes que plantas,
A terra que aras,
A beleza
E a maldição
Com a qual deparas.

Faça de mim
Teu bem-me-quer,
Desfolha-me,
Sou teu mal-me-quer,
A medida certa e exata
daquilo que te encanta
E que te mata.



quinta-feira, 6 de março de 2014

SOBRE A FALSA CARIDADE



Antes de começar este texto, gostaria e deixar claro a quem possa interessar  que eu não sou uma pessoa caridosa. A caridade exige um grau de abnegação e entrega que eu não tenho. Mas alguma coisa eu aprendi, pois sou observadora e tento me aprimorar, embora esteja consciente de que há, para mim, mais caminho a percorrer do que percorrido na estrada do que chamam sabedoria, e sei também que jamais percorrerei todo este caminho nesta vida – se há outras, eu não sei, mas creio que há – e se assim for, ainda teria que nascer muitas vezes para que me sinta próxima à sabedoria.

Aprendi na Bíblia, que eu leio frequentemente, embora não siga todos os preceitos por ela indicados, que a caridade é mais do que apenas dar daquilo que nos sobra. Não significa dedicar um pouquinho de tempo livre aos necessitados, referindo-nos a este grupo de pessoas com tons de superioridade espiritual como seu eu me considerasse a sua salvadora. Não significa propagandear aquilo que eu faço de bom por alguém, expondo esta pessoa ou pessoas. Caridade verdadeira nunca é alardeada ou utilizada para fazer propaganda de si mesmo, como bem fazem a maioria dos políticos ao redor do mundo. A verdadeira caridade é aquela que dá e olha para outro lado, esquecendo-se imediatamente do que fez.
Da mesma forma, a pessoa verdadeiramente caridosa, não espera ou exige que os outros sejam como ela. Sabe que cada um tem a sua missão e está em um degrau diferente da evolução espiritual, e portanto, contenta-se em fazer o que pode e deixa em paz quem pensa diferente. O caridoso não se utiliza da sua caridade para apontar erros alheios.

Muito menos se esconde atrás dela. Não a usa como expiação para sua maldade escondida. Não aponta o dedo aqui e depois prepara uma saída estratégica do tipo “Vou ali fazer uma caridadedezinha e já volto”, como se a caridade fosse redimir seu lado obscuro. Não acredito naqueles que falam muito de sua própria luz e brilho enquanto apontam, com dedos sujos, a escuridão alheia, colocando-se acima dos demais.
Temo aqueles que dizem-se grandes líderes da humanidade e que controlam grandes massas de pessoas cegas e desesperadas, prontas a obedecê-los a fim de alcançar a salvação. Pois são assim seus seguidores: teleguiados. Se o líder apontar para alguém e ordenar: “mate!” Eles o farão. Não pensam por si mesmos. E acham que depois de perpetrarem seus crimes, basta uma pequena oração ou uma pequena caridade e tudo estará bem.

Tudo neste mundo tem o seu oposto: para a luz, a sombra; para o bem, o mal. Tem sido assim desde o princípio da humanidade, mesmo antes que qualquer religião tivesse sido estabelecida. Há um ponto de equilíbrio  - ou pelo menos, deveria haver – que nos mantém no centro. Ninguém é luz e bondade o tempo todo, e não acredito naqueles que dizem evitar contendas (abertamente), enquanto as perpetram, vingando-se de seus desafetos anonimamente e depois fazendo uma retirada estratégica que lhes traga a remissão dos pecados. Justificam-se dizendo: “Fiz pelo seu próprio bem.” Não; fizeram para que fossem aplaudidos. Seu ego e sua arrogância precisam sempre da confirmação do quanto são bondosas, abnegadas e espiritualmente elevadas.

Do que eu acho que elas precisam? Bem, já que não sou caridosa, e como tenho sido apontada e julgada por esse tipo de pessoa, dou-me o direito de opinar: elas precisam confrontar seus próprios demônios. Deixá-los sair e olhar bem dentro dos olhos deles, e aceitarem a sua sombra ao invés de projetá-las sempre nos outros. Precisam permitirem-se ser pessoas normais, ao invés de jogarem-se nessa infrutífera e hipócrita busca por uma perfeição espiritual que JAMAIS alcançarão. Acho também que elas precisam de muita análise. Anos de divã. E não o digo de maneira pejorativa, pois um bom profissional pode realmente ajudar a qualquer um que esteja em busca de si mesmo.


Quando comecei a escrever pela primeira vez na internet, em 2008, após alguns meses percebi que essas pessoas me perseguiam como os fariseus perseguiam os cristãos. Ou quem sabe, como os inquisidores perseguiam as bruxas na Idade Média. Do que elas tem medo? O que será que procuram em meus escritos, por que debruçam-se tão demoradamente sobre o que eles chamam de “Encarnação do Mal” e “Energia Negativa”, entre tantas outras coisas? Talvez elas procurem por aquela parte delas mesmas que tanto sufocam e não tem coragem de admitir que existe. Quem sabe?... talvez seja esta a minha missão: encarnar o mal. Ou aquilo que chamam de mal. E levar seu peso pelo mundo, sobre as minhas costas, para que ele sirva de espelho para os supostamente caridosos, bondosos e abnegados.


quarta-feira, 5 de março de 2014

SENTIMENTOS






Abraham Maslow, professor de Harvard, comentou que todos os seres humanos nascem com um senso inato de valores pessoais positivos e negativos. Somos atraídos por valores pessoais positivos tais como justiça, honestidade, verdade, beleza, humor, vigor, poder (mas não poder abusivo), ordem (mas não preciosismo ou perfeccionismo), inteligência (mas não convencimento ou arrogância). Da mesma forma, somos repelidos por injustiça, morbidez, feiúra, fraqueza, falsidade, engano, caos etc. Maslow também declara que valores pessoais positivos são definíveis somente em termos de todos os outros valores pessoais positivos - em outras palavras, não podemos maximizar qualquer virtude e deixar que ela contenha quaisquer valores pessoais negativos sem repulsa.
Por exemplo, a beleza que está associada com o engano se torna repulsiva. A justiça associada com a crueldade é repulsiva. Esta capacidade inata de sentir atração ou repulsão é o fundamento da moralidade - em outras palavras, sentimentos bem entendidos formam a capacidade interior com a qual nascemos para chegar ao que pensamos ser bom/mau e certo/errado.



Este ponto de vista contrasta agudamente com alguns ensinamentos extremistas de algumas religiões e ideais políticos, que querem estabelecer o que é moral - que os humanos nascem num vácuo moral e que é somente a autoridade quem pode dizer aos seres humanos o que é certo e errado. A exploração extremista dos sentimentos aumenta na medida em que os sentimentos não são apenas distingüidos, mas mesmo separados do pensamento crítico.
Algumas religiões, entretanto (algumas correntes atuais do cristianismo), acreditam que o ser humano nasce com princípios morais a ele inatos, e nele colocados por Deus. E que a "imagem e semelhança" ao Deus criador, citada no livro de Gênesis da Bíblia cristã, se referiria na verdade à imagem e semelhança moral a esse Deus criador, e não à aparência física do Deus cristão. Chegando a uma conclusão próxima à de Abraham Maslow, porém não científica. - WIKIPEDIA



"O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição." (Aristóteles)


"Mas onde se deve procurar a liberdade é nos sentimentos. Esses é que são a essência viva da alma."(Johann Goethe)


"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer."
Clarice Lispector


"Eu sou do tamanho daquilo que SINTO, que VEJO e que FAÇO, não do tamanho que os outros me enxergam."
Bob Marley


De Madrugada - A Casa Dorme




Silêncio; a casa dorme.

As cortinas fechadas não se agitam. Não entra vento pela fresta da janela. Portas não rangem - e se rangirem, melhor verificar. Pessoas não circulam, e os corredores vazios dão passagem a outros tipos de criaturas. A TV permanece calada, e não há música tocando. O cãozinho dorme à porta da varanda, feliz em seu colchãozinho. Não há pássaros se alimentando nos comedouros, nem colibris bebendo a água doce.

A casa adormecida é quase como uma pessoa morta; só que ela, a casa, respira ainda devagar, bem baixinho... guarda o sono daqueles que dormem entre as suas paredes (os sonhos, estes saem pelas janelas fechadas, passando pelas vidraças quais fantasmas, e vão despertar em outros mundos).

Melhor respeitar o sono de uma casa, ou na manhã seguinte ela estará quase elétrica, de tão irritada, e as pessoas sentirão nelas mesmas a sua irritação. As luzes vão piscar quando a gente passar sob elas, e as portas vão bater devido a algum vento zangado que as empurrou. A comida vai queimar no fogo, mesmo que a gente só tenha saído de perto do fogão um instantinho só... o computador vai travar, e a máquina de lavar roupas vai deixar manchas sobre os tecidos.

Melhor não fazer barulho; se for levantar-se para uma xícara de chá, respeite o direito do relógio de tiquetaquear e deixe que o seu som seja o único a quebrar o silêncio da casa que dorme. Pois uma casa adormecida, quando despertada assim, de repente, sem sutilezas, pode vingar-se durante o dia.

Espere que o sol nasça; deixe que a luz do dia chegue, e desperte a casa adormecida bem devagar...



VOU LEVANDO




Olha, eu vou levando a vida
Enquanto ela for me levando,
Pelo tardio das horas
Que o relógio vai marcando,
A tarde já vem morrendo
E as cores, desbotando...
E eu vou levando a vida
Enquanto ela for me levando...

Água seca no açude,
E caminhos vão se marcando
No chão batido das trilhas
Conforme eu vou caminhando...
É tarde para voltar,
A vida é mais que a metade,
E sempre a me acompanhar
Segue, de longe, a saudade...

E eu vou levando a vida
Enquanto ela for me levando,
Os dedos abrem feridas
Que estavam cicatrizando
Mas não doem; são dormentes
De tanto que se acostuma
Aos mesmos filmes passando
Sem haver mudança alguma!

E assim, eu levo a vida
Enquanto ela for me levando...
Passam dias, meses, anos,
E com eles, vou passando...
E um dia, eu sei que findo
Mas sem qualquer desencanto
Pois a vida sempre colhe
O que ela vai plantando...


terça-feira, 4 de março de 2014

Eu Crio Estradas





Eu crio estradas asfaltadas com palavras,
(Em cada curva, alguém me olha)
Estradas por onde ninguém passa,
Pois não são caminhos ao futuro,
Não são rotas seguras,
Não foram criadas para levar,
Mas para trazer de volta.

Eu crio estradas que ninguém jamais entende,
Pois não surgiram para serem compreendidas,
São as estradas da minha vida,
E nessas estradas, não ponho placas.

Eu crio estradas que jamais levam adiante,
Estradas que não tem começo ou fim,
Constantemente bifurcadas,
Cheias de encruzilhadas...
-Não são destinos,
Não são nada...

E eu,
Fico sempre à beira dessas estradas
Que em minha mente se criam,
Olhando as coisas e os espectros
Que por ela caminham,
Mas nunca me olham.
Aceno para eles,
E às vezes,
Eles deixam cair uma flor murcha
Que eu recolho, e levo às narinas.


                                     

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Alguns falam de doçura, Desconhecem O regurgitar das abelhas, O mel que se transforma dentro delas, Dentro das casas de cera. Falam do luxo ...