witch lady

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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Haikais





São os colibris
Fadinhas disfarçadas
Beijando as flores







O sol ameno
O céu de glacé
Traz de volta colibris






Vem de um romance
São aves minúsculas
Que Deus desenhou






Faça-me, Deus







Faça-me Deus, receptáculo
Das mil tristezas desse mundo,
E que profundo seja o corte,
Se assim for a Tua vontade.

Faça queimar, ainda mais,
A dor que hoje já me arde,
Faça eu morrer, a cada dia,
E ao final de cada tarde...

-Mas tira de mim a amargura,
Torne minhas lágrimas, doces rios,
Pois a pior coisa do mundo,
É um coração e um riso frios...

Faça-me Deus, a longa estrada,
Passagem de pesadas bigas...
Que as suas rodas me esmaguem,
Mas que meu sangue seja doce...

Faça-me Deus, um passarinho,
Para eu cantar as minhas dores
E que elas sirvam de encanto
Para secar, do outro, o pranto!

E através daquilo mesmo
Que faz quebrar meu coração,
Hei de tirar minhas lições
Para tornar-me bem melhor...

Assim, eu creio que a vida
-Que dói em todos, cedo ou tarde,
Há de secar minhas feridas
E eu serei merecedora
De uma alegria sã e limpa...



Sobre a Amargura



Frases sobre e amargura - garimpadas no site Pensador







"Dor não tem nada a ver com amargura. 
Acho que tudo o que acontece
É feito pra gente aprender cada vez mais
É pra ensinar a gente a viver. Desdobrável.
Cada dia mais rica de humanidade." - Adélia Prado






"Certas coisas só são amargas se a gente as engole." - Millor Fernandes





"Dor que não recebeu o abrigo da palavra corre o risco de virar amargura." - Padre Fábio de Mello







Olhar 

"A lua me olha assim
Como se eu tivesse culpa
A lua me olha assim
Com inveja e amargura
A lua me olha assim
Como se eu fosse culpada de ser assim
Mais bela do que ela." - Lariana Nunes Oliveira





"Se todos quando estivessem tristes escrevessem, o suicídio, a violência, o rancor e a amargura só existiriam no papel." - Junior Marinho







"Quem sou eu para ficar triste?
Não tenho essa honra!
Quando a amargura tenta invadir,
A poesia segura a porta." - Marcelo Vinicius



quarta-feira, 3 de abril de 2013

O CONTO DOS TRÊS IRMÃOS - POR J.K. ROWLING



O Conto dos Três Irmãos - por J.K. Rowling - autora de Harry Potter


Do livro "Os Contos de Beedle, O Bardo"

Era uma vez três irmãos que estavam viajando por uma estrada deserta e tortuosa ao anoitecer... Depois de algum tempo, os irmãos chegaram a um rio fundo demais para vadear e perigoso demais para atravessar a nado. Os irmãos, porém, eram versados em magia, então simplesmente agitaram as mãos e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas traiçoeiras. Já estavam na metade da travessia quando viram o caminho bloqueado por um vulto encapuzado.


E a Morte falou. Estava zangada por terem lhe roubado três vítimas, porque o normal era os viajantes se afogarem no rio. Mas a Morte foi astuta. Fingiu cumprimentar os três irmãos por sua magia, e disse que cada um ganhara um prêmio por ter sido inteligente o bastante para lhe escapar.


Então, o irmão mias velho, que era um homem combativo, pediu a varinha mais poderosa que existisse: uma varinha que sempre vencesse os duelos para seu dono, uma varinha digna de um bruxo que derrotara a Morte! Ela atravessou a ponte e se dirigiu a um vetusto sabugueiro na margem do rio, fabricou uma varinha de um galho da árvore e entregou-a ao irmão mais velho.



Então, o segundo irmão, que era um homem arrogante, resolveu humilhar ainda mais a Morte e pediu o poder de restituir a vida aos que ela levara. Então a Morte apanhou uma pedra da margem do rio e entregou-a ao segundo irmão, dizendo-lhe que a pedra tinha o poder de ressuscitar os mortos.



Então a Morte perguntou ao terceiro e mais moço dos irmãos o que queria. O mais moço era o mais humilde e também o mais sábio dos irmãos, e não confiou na Morte. Pediu, então, algo que lhe permitisse sair daquele lugar sem ser seguido poe ela. E a Morte, de má vontade, lhe entregou a própria Capa da Invisibilidade.


Então, a Morte se afastou para um lado e deixou os três irmãos continuarem viagem e foi o que eles fizeram, comentando, assombrados, a aventura que tinham vivido e os presentes da Morte.

No devido tempo, os irmãos se separaram, cada um, tomando um destino diferente.



O primeiro irmão viajou uma semana ou mais, e ao chegar a uma aldeia distante, procurou um colega bruxo com quem tivera uma briga. Armado com a varinha de sabugueiro, a Varinha das Varinhas, ele não poderia deixar de vencer o duelo que se seguiu. Deixando o inimigo morto no chão, o irmão mais velho dirigiu-se  a uma  estalagem, onde se gabou, em altas vozes, da poderosa varinha que arrebatara da própria Morte, e de que a arma o tornava invencível.


Na mesma noite, outro bruxo aproximou-se sorrateiramente do irmão mais velho enquanto dormia em sua cama, embriagado pelo vinho. O ladrão levou a varinha e, para se garantir, cortou a garganta do irmão mais velho.

Assim, a Morte levou o primeiro irmão.

Entrementes, o segundo irmão viajou para  a própria casa, onde vivia sozinho. Ali, tomou  apedra que tinha o poder de ressuscitar os mortos e virou-a três vezes na mão. Para sua surpresa e alegria, a figura de uma moça que tivera esperança de desposar antes de sua morte precoce surgiu instantaneamente diante dele.


Contudo, ela estava triste e fria, como que separada dele por um véu. Embora tivesse retornado ao mundo dos mortais, seu lugar não era ali, e ela sofria. Diante disso, o segundo irmão, enlouquecido pelo desesperado desejo, matou-se para poder verdadeiramente se unir a ela.


Assim, a Morte levou o segundo irmão.



Embora a Morte procurasse o terceiro irmão durante muitos anos, jamais conseguiu encontrá-lo. Somente quando atingiu a uma idade avançada foi que o irmão mais moço despiu a Capa da invisibilidade e deu-a de presente ao filho. Acolheu, então, a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom grado, e, iguais, partiram desta vida.



"(...) A moral de "O Conto dos Três Irmãos" não poderia ser mais clara: os esforços humanos para evadir ou superar a morte estão sempre fadados ao desapontamento. O terceiro irmão da história ("o mais humilde e também o mais sábio") é o único que compreende isso, pois, tendo escapado uma vez da morte, por um triz, o melhor que poderia esperar era adiar o próximo encontro o máximo possível." - J.K Rowling


Palavras Dobradas








Dobro minhas palavras,
Jogo fora as sobras.

E de dobra em dobra,
Às vezes, 
Eu guardo palavras
Que ficam dormindo
No fundo do armário.

Sílabas mofadas
Não produzem nada!
Deixo-as esticadas
Ao sol, na varanda,
Pelo vento beijadas...

Jogo fora as sobras,
As sílabas gastas,
No ralo da pia
Palavras nefastas.

Ficam as palavras
Que falam-me à alma,
Letras refrescadas...
Brancas, depuradas.


                        

terça-feira, 2 de abril de 2013

Dedicação




Aquilo a que me dedico com amor tende a florescer. Seja um relacionamento, um trabalho, uma amizade, um poema. 

Aquilo que fica esquecido no fundo da alma, ou no fundo da rotina diária, tende a fenecer. É preciso olhar para aquele lado com frequência, a fim de ver o que estamos negligenciando. Muitas vezes dizemos que 'temos coisas importantes com as quais nos preocupar', e assim deixamos passar o que é de real importância. Colocamos o ato de ganhar dinheiro, adquirir coisas, cuidar compulsivamente da aparência do corpo no lugar de cuidar da alma, das coisas do espírito. Olhar a natureza...




Para mim, olhar a natureza é uma das coisas mais importantes, e eu tento colocar esta atividade em meu dia mesmo quando encontro-me muito ocupada com alguma coisa. Permito-me uma olhadinha pela janela, um respirar mais fundo, a atenção àquele passarinho que está cantando no galho da árvore. Para mim, isto é importante, pois são as coisas que alimentam a alma.

Escrever, para mim, é muito importante também. 

Às vezes, as pessoas me dizem: "Ana, se você fizesse um pequeno investimento e abrisse um curso de inglês, ganharia muito mais! Poderia colocar outros professores trabalhando com você, expandiria o negócio, teria muito mais alunos..." É verdade. Só que eu não estou interessada em expandir os negócios.

Não sou contra aqueles que gostam de trabalhar várias horas por dia e ganhar muito dinheiro, mas para mim, o que eu tenho já está bom. A única coisa que eu desejo, agora, é curtir; a minha casa, meu jardinzinho mínimo, a rua onde moro, as coisas que eu amo. A isto eu me dedico. Para mim, isto é a minha felicidade.




Já conversei com pessoas que me disseram que se estão muito tempo sem fazer nada, como nos finais de semana, elas se sentem mal. Gostam de estar sempre ativas, trabalhando, fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Se são felizes assim, ótimo! O importante é a gente encontrar o próprio caminho e seguir por ele com dedicação.

A Tua Voz






Disseste,
Mas depois,
Disseste que não...
E o eco ficou,
Paralisado
Entre as paredes
Do meu coração.

Tua voz contida,
Palavra desabrida,
Sílaba fendida,
Desenganos
Presos nas rodas da vida,
Nas engrenagens corroídas...
A tua voz
Ecoando na minha.

Se abro a boca,
Tu falas,
Se a fecho,
Tu calas...


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EU SÓ TENHO UMA FLOR

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