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terça-feira, 31 de maio de 2016

DIGITAIS DA ALMA - Resenha







DIGITAIS DA ALMA
AUTORA: LUCY MARA MANSANARIS
119 PÁGINAS
EDITORA SUCESSO – SP
 ANO 2015





“O poeta é como o príncipe das nuvens. As suas asas de gigante não o deixam caminhar.”
Charles Baudelaire



Publicar um livro – especialmente, um livro de poemas – em um país onde as pessoas em geral não gostam de ler (segundo o Ministério da Cultura, o número de livros per capita no país é de 1,7 ao ano), é uma grande vitória. É preciso investimento próprio, muitas vezes, e Lucy Mara teve esta coragem e este empenho.

Nestes tempos truculentos em que vivemos, falar de poesia é como encontrar um caminho para algo mais suave. As energias estão pesadas, e as pessoas, descrentes e sem esperanças. É preciso procurar um pouco de delicadeza e sensibilidade no viver, e acrescentar pitadas de beleza no dia a dia. Através das artes, como a poesia, é possível encontrar um caminho que nos leve diretamente ao nosso centro, ao nosso tão negligenciado – e essencial – silêncio.

Ao ler um poema, abrimos uma janela para dentro da alma do autor. Alguns poemas nos falam bem perto do coração, e nos identificamos com eles. Assim são os poemas do livro de Lucy Mara Mansanaris, Digitais da Alma. Ela nos traz esta delicadeza, usando as digitais de sua alma para tocar o coração do leitor.

Gosto de ler um livro de poemas da seguinte forma: aleatoriamente. Simplesmente abro uma página ao acaso, e deixo que a poesia me fale. Como neste momento; abro o livro e leio:




Do Clarear

“É quando busco alguma paz
que te encontro.

E quando penso que não dá mais
reinventas-te, dentro dessa tua doce rotina
de sempre me querer bem.”

E até mesmo nos momentos de tristeza, a autora consegue transformar tudo na mais delicada tessitura de palavras:

Doente

"Ai... Como me dói a vida!
Doem-me as feridas do viver
dói-me profundamente ser!

Aquele plano de felicidade
mais parece mágoa antiga
Deus, quanta morte há na vida?"


Digitais da Alma é um livro para ler e guardar, e reler várias vezes, sempre que estivermos precisando resgatar momentos de doçura, leveza e introspecção. Como escreveu Clarice Lispector, “A palavra é meu domínio sobre o mundo.” A poesia torna-se mais que necessária nos dias de hoje, em que a maioria das palavras ditas são de rancor.

Lucy Mara mantém um blog – http://digitaisdaalma.blogspot.com.br/








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