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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ADAPTAÇÃO




Quem não se adapta às mudanças, acaba ficando, literalmente, para trás. Confesso que sou saudosista de algumas coisas; por exemplo, eu adoro os discos de vinil - tanto que comprei um toca-discos na Black Friday, apesar de já ter um bem antigo. Mas o novo tem alguns recursos mais modernos, e se posso desfrutar deles, por que não? E foram justamente as novas conveniências que me atraíram; por exemplo, poderei digitalizar meus discos de vinil, e assim, colocá-los em meu pendrive para ouví-los onde quiser. 

O mesmo eu digo dos livros de papel; também tenho muitos deles. Alguns eu penso em doar, pois já foram lidos e relidos, e outros, foram lidos apenas por distração e nada há neles que me faça querer guardá-los. Há os especiais, que jamais empresto e nem vou doar.

Mas há também as livrarias que oferecem novas plataformas de leitura por preços bem mais baixos, com a vantagem adicional da economia de espaço físico em casa e a conveniência de poder comprar e ler na mesma hora, sem precisar sair de casa debaixo de chuva em um dia como hoje, por exemplo. E exatamente como nos livros de papel, é possível fazer anotações e selecionar passagens nos livros virtuais! 

Livrarias como a amazon.com.br oferecem milhares de títulos, inclusive, os grandes clássicos, e muitas vezes, totalmente DE GRAÇA; o conteúdo é exatamente o mesmo que encontramos em livros de papel; por que não aproveitar, meu Deus? Por que agarra-se ao passado, quando a única diferença entre livros de papel e livros virtuais é a plataforma de leitura? Os livros podem ser baixados e lidos não apenas no Kindle - leitor de livros da Amazon - mas também em computadores, tablets e smatphones. Sinceramente, não entendo a resistência e o preconceito de pessoas que cismam em falar mal dos livros virtuais, como se todos os escritores que fazem este tipo de publicação fossem maus escritores! Não sabem que lá estão não somente os escritores desconhecidos, mas também os famosos, os consagrados! E que publicar em livros de papel não significa que o autor seja talentoso; há muita porcaria irrisória e ridícula disfarçada de grande estilo literário por aí...

É aquela velha mania de não comer e dizer que não gostou... coisa típica de quem não viu e nem quer ver e prefere falar mal sem conhecer. Gente retrógrada, talvez do mesmo tipo que ridicularizou a televisão quando a invenção surgiu, há anos. 

OK, cada um tem direito a fazer suas escolhas; mas por que falar mal daquilo que não conhece? Não seria melhor experimentar antes? E aqueles que condenam a publicação em livros virtuais, mantém sites e blogs na rede, e nem se lembram de que eles também são uma plataforma de publicação virtual! Ou seja, fazem apologia contra o que eles próprios praticam. 

Digo e repito: escrever deve ser o maior objetivo de quem escreve; lucros, se vierem, serão apenas consequência. Não há nada de mal em vender um trabalho, seja ele escrito ou de outro tipo, desde que vender não seja o principal motivo de quem escreve, pinta ou compõe, ou teremos aí a corrupção literária, a prostituição das letras e das artes.  Sublinho e grifo, para que alguém que não teve a paciência de ler e refletir sobre o que escrevi não venha aqui expressar opiniões baseadas em equívocos. 

Como disse Ariano Suassuna, (foi Ariano Suassuna, não Ana Bailune quem disse):



"Não me preocupo muito em ter ou não uma posição como artista. Literatura para mim não é mercado. É a minha festa, é onde eu me realizo. Digo sempre: arte é missão, vocação e festa. Não me venham com essa história de mercado."


E ainda:


"O autor que se julga um grande escritor, além de antipático é burro, imbecil. Um escritor só pode ser julgado depois da sua morte. Muito tempo depois."



É triste que na internet ainda abundem os tipos antipáticos e imbecis.






19 comentários:

  1. Ana, amei ler aqui e concordo plenamente com tudo, amo escrever em blogues, nem fico pensando em sucesso ou coisas assim, escrever já é uma maravilhosa terapia contra a velhice cerebral!
    Logo no início de sua postagem já fiquei encantada, rsrs, tenho discos de vinil e até um toca-discos, não estou usando e vou até tentar ver se funciona, se não comprarei outro.
    Ler e reler meus bons livros já o faço faz tempo, mas amo ler os virtuais também sem nenhum problema, não sou saudosista, amo as novidades e as aceito depois de ver e experimentar, isso é viver!
    As frases de Ariano Suassuna são mesmo para se refletir no que é o prazer de ser livre para viver, sem se prender em lucros financeiros, pois o maior lucro é sempre estar vivo, podendo fazer o que se ama de verdade!
    Abraços linda amiga!

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  2. Ah, está lindo o blogue, já com motivos natalinos!Amei!

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  3. Respostas
    1. E eu então nem se fala! Imagine só, ouvir vinis, escrever em cadernos de papel, manter uma agenda de papel com meus compromissos... rsrsrs... mas também sou absolutamente apaixonada pela tecnologia e seus avanços.

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  4. Olá, Ana!
    Não é o fato de ser saudosista, eu adoro os livos de papel, pela facilidade de ler a qualquer momento e, em qualquer lugar. A tecnologia é excelente, mas aqui é um problema, se falta a luz, ficamos 3, 4 dias sem energia, se dá problema na conexão, ou se está mais lenta, não conseguimos acessar a internet. Sem dizer, na dificuldade que às temos, em assimilar essa maravilhosa ferramenta.
    Às vezes, não podemos usar de todos os recursos, pela precariedade dos serviços.
    Mas, você está absolutamente certa em sua postura, precisamos praticar o desapego, desmistificando velhos hábitos e aderindo ao novo conceito de leitura!
    Boa semana, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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    1. Olá, Maria Teresa, eu também amo os livros de papel. Tenho muitos, e ainda os compro. Mas para ler os livros virtuais a gente não precisa estar conectado, eles ficam nos computadores mesmo offline depois que a gente os baixa.

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  5. corrigindo, onde se lê ... na dificuldade que às temos,...
    leia-se... na dificuldade que às vezes temos...
    Obrigada
    Maria Teresa

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  6. Ana, há realmente muito preconceito em relação ao ebook. Pessoalmente, gosto do contacto físico com o papel, mas nada contra quem opta por essa plataforma.
    Que há horrores em papel, claro que há, apenas acho as generalizações injustas.
    Por outro lado, se as pessoas talentosas, nas letras ou noutras artes, são pagas pelo seu trabalho, acho ainda melhor, mais que merecido.
    Gostaria de ter coragem e talento para fazer da escrita um meio de vida - seria juntar o útil ao agradável.
    Queria eu!

    Beijo da Nina

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  7. Ana, já fui muito resistente ao novo. Creio que o conhecido e amado nos acorrenta (rss). Mas vejo que é preciso dirigir o olhar em direção diversa, pois ambos os lados podem nos dar prazer.
    Você está certíssima. Publicar um livro, até com pompa, como se vê, não significa sucesso. A leitura há que ser gostosa, mágica, independente de onde se encontram as palavras. Tenho lido pouco e sei que preciso mudar isso, principalmente no tocante aos escritos de quem admiro. E você está entre essas pessoas. Bjs.

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  8. Olá Ana,

    Muitos são resistentes às mudanças, mas quando ousam abraçar o novo acabam descobrindo que sua resistência não tinha fundamento. Confesso que prefiro ler com o livro nas mãos, mas nada contra livros virtuais. Já li vários contos de amigos blogueiros em forma de e-book. Livros realmente ocupam espaço e, por mais cuidados que sejam, ainda empoeiram, provocando alergias. Já doei grande parte, vencendo algum apego-rsrs.
    Concordo com você que a escrita não deveria ter como objetivo primordial o retorno financeiro, mas, sim, a satisfação e realização de quem ama a escrita. Claro que se a tal prazer puder ser aliado ganho financeiro fica melhor ainda para quem se dedica a esta arte.

    Maravilhoso dezembro.

    Beijo.

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  9. Boa noite, Aninha! São muito precisas as suas considerações sobre as mudanças.A minha concordância é total. Embora concorde com a edicão de livros virtuais, também prefiro os impressos e acho muito acertado quando você assevera de que "há muita porcaria disfarçada de grande estilo literário por aí..."
    Parabéns por mais esta preciosidade e um abraço com o carinho e a admiração de sempre.

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  10. Oi Ana.
    Adoro um vinil e um livro de papel. Hoje, vejo que meus filhos também valorizam estes recursos.Mas, no trem, no metrô, no ônibus, um celular com fones de ouvido e um tablet para leitura são essenciais. Temos que acompanhar os movimentos tecnológicos, sem esquecer nossas raízes.
    Abraços.

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  11. tens um excelente texto, Ana.
    eu costumo brincar com o assunto. costumo dizer que são as mesmas palavras servidas de forma diferente.
    é fascinante poder carregar centenas de livros, e ter acesso a eles, numa espessura de alguns milímetros. gosto de pensar que estarei a “poupar” algumas árvores (sem ter uma verdadeira noção dos impactos que a produção do dispositivo tecnológico, e da energia que consome, tem na natureza). mas, confesso-me um “velho quadrado”, que adora sentir as folhas, o odor, nos seus diferentes estados (livro velho ou livro novo), mas sem fundamentalismos.

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  12. Muito sábias palavras Ana!
    Confesso que até pouco tempo atrás, ainda estava presa nos livros impressos, os amo e sou muito metódica... Talvez por isso tenha demorado tanto para ir atrás dos livros disponibilizados na web... Porém isso já é quase um vício, visto a facilidade do acesso.
    O importante é ter o acesso as letras, isso sim nos alimenta, e tem mais, considero cada um dos meus blogs como se fossem livros ou diários virtuais e sou muito grata pelas plataformas que oferecem tudo, absolutamente grátis!
    Amei o que li, obrigada sempre pelo acesso.
    Meu carinho.

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  13. ps.: Que a nova aquisição traga-te imensas alegrias!
    *Tbm sou extremamente saudosista.

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  14. É triste que na internet ainda abundem os tipos antipáticos e imbecis.

    Bem por aí Ana. Mudar, adaptar, acompanhar, seguir em frente, conjugar os antigos modos com os novos, conciliar: Porque é tão difícil para alguns conjugar certos verbos?

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  15. Olá, ANA !
    Desculpa o atraso do breve comentário, sim ?
    Mas li o teu texto com todo o interesse.
    E concluo que temos muitas semelhanças em "gostos".
    Mas, confesso,que um livro em papel me não cansa tanto como um virtual.
    E se fui um obsessivo comprador de discos em vinil, agora ao ouvir os muitos ruídos que transportam arrepio-me um tanto.
    E uso, como tu, o papel ou a agenda para anotar o que convém.
    Mas acho muito bem que cada um seja dono e senhor das suas opções.

    Um beijo, querida Ana.

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  16. Pois é Ana, eu também adquiri a alguns anos atrás um tocador de vinil com esta habilidade de transformar em arquivo eletrônico linguagem mp3 e assim converti o que mais gostava. Somos sim saudosistas, mas não apegados e hoje leio muito livro baixado. E sobre estes que se arvoram a ser deuses, um dia caem do trono e perdem o lugar ao lado do Deus.
    Abraços amiga.
    Tudo de bom e bonito na vida.

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