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terça-feira, 7 de abril de 2015

Gotejando




Choveu muito aqui no domingo, no finalzinho da tarde. Deitada atravessada na cama, enquanto meu marido assistia a algo na TV, eu de repente comecei a prestar atenção nas gotas de água que se formavam nas pontas das telhas e iam engordando até cair. O vento fustigava os galhos do cedro, e passava zumbindo pela greta da janela. Lembrei-me de que, quando eu era pequena, adorava fazer exatamente aquilo quando chovia: deitar na cama e ficar olhando as gotas caindo das telhas, o céu de chumbo por trás. O pensamento vai longe... quando nos damos conta, ele está muito além das gotas, e as memórias é que começam a engordar e cair.

Passei pelo tempo. O telhado é outro, a casa é outra, minha aparência é outra -estou bem mais velha. Mas a chuva é a mesma: é a água que evapora do chão, lagos, rios e mares, e volta a cair. Em outra casa, em outro tempo, uma menininha que estava dormindo despertou, olhou o mundo e voltou a dormir.


4 comentários:

  1. Ana, que passagem mais linda essa, contada assim com tanta saudade e beleza que me fez emocionar (tanto).

    bacios, boa noite.

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  2. As lembranças que nos trazem num simples olhar,
    vivenciamos momentos que são eternos em nossos
    pensamentos. Ana, a menina que muito sonhou, está
    sempre presente lhe enchendo de vida, lindas suas
    memórias. Agradeço, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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  3. Oi Ana. Uma das mais lindas lembranças são as de criança mesmo não acha? Tudo aqui é maravilhoso. Sua alma de casa, é um espaço encantador
    bjs iluminados
    de:sempreLuZ.
    LuísaZacarias ou(LuZ.)

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  4. memórias que ficam e que é sempre bom lembrar.
    bom fim de semana.
    beijo
    :)

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