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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

José Saramago








Pensamentos de José Saramago






"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome; essa coisa é o que somos."







"Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala."





"Se tens um coração de ferro, bom proveito. 
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."






"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais."






"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."





"A única maneira de liquidar o dragão é cortar-lhe a cabeça, aparar-lhe as unhas não serve de nada."





Poema à boca fechada 


Não direi: 
Que o silêncio me sufoca e amordaça. 
Calado estou, calado ficarei, 
Pois que a língua que falo é de outra raça. 

Palavras consumidas se acumulam, 
Se represam, cisterna de águas mortas, 
Ácidas mágoas em limos transformadas, 
Vaza de fundo em que há raízes tortas. 

Não direi: 
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem, 
Palavras que não digam quanto sei 
Neste retiro em que me não conhecem. 

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas, 
Nem só animais boiam, mortos, medos, 
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam 
No negro poço de onde sobem dedos. 

Só direi, 
Crispadamente recolhido e mudo, 
Que quem se cala quando me calei 
Não poderá morrer sem dizer tudo.





"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não."





"O costume de cair endurece o corpo, ter chegado ao chão, só por si, já é um alívio."





José Saramago




José de Sousa Saramago foi um escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português. Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. 
Nascimento: 16 de novembro de 1922, Azinhaga, Portugal
Falecimento: 18 de junho de 2010, Tias, Espanha

Prêmios: Nobel de Literatura, Prêmio Camões






4 comentários:

  1. MUITO BELO.A ESPERANÇA É COMO UMA FLOR EM BOTÃO QUE FAZ BEM AO CORAÇÃO.BJS

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  2. Ana, querida amiga, fiquei maravilhado com os pensamentos do grande Saramago. E o poema me deixou mudo de emoção. Fico-lhe muito grato com a sua lembrança. Meu abraço fraterno, Gilberto

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  3. Excelente escolha, Ana, José Saramago! É o meu escritor preferido, ao lado de Fernando Pessoa.

    Na minha opinião, quem lê um livro como Memorial do Convento ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, não pode ficar indiferente à forma de escrever de José Saramago e vai querer ler mais livros do Nobel. Assim aconteceu comigo. Li todos seus livros publicados, inclusive peças teatrais, contos e histórias. Como não ficar encantado com uma história simples e bela como A Maior Flor do Mundo?

    Ateu convicto e comunista, Saramago não tinha medo de falar e escrever tudo o que pensava. Foi o escritor português que teve mais livros censurados e interditos, pelo Estado, pela Igreja Católica e até pela Sociedade Portuguesa de Autores. Mas isso não impediu que a 8 de outubro de 1998, o Prémio Nobel da Literatura lhe fosse atribuído. E mui merecido!
    Os dois livros que citei no início deste comentário, considero-os alguns dos maiores romances da literatura europeia contemporânea. E a esses, junto mais dois que também tenho na minha estante: A Viagem do Elefante e Ensaio sobre a Cegueira.

    Ana, gostei muito das frases de Saramago que você selecionou. Também gostei do blog. Encantadoras, as imagens vintage.
    Parabéns!
    (Ana Ferreira)

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  4. Bom dia,Ana. Que brinde maravilhoso você nos proporciona. Os pensamentos do imortal Saramago são profundamente sábios e verdadeiros. Obrigado, querida amiga. Renovo os meus parabéns pelo belíssimo blog e lhe desejo um lindo dia! Abraços fraternos.

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