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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Uma estranha Realidade - Carlos Castaneda




Trechos de "Uma Estranha Realidade", de Carlos Castaneda



(...) -Seu problema é que confunde o mundo com o que as pessoas fazem. Ainda nisso, não é o único. Todos nós fazemos isso. As coisas que as pessoas fazem são os escudos contra as forças que nos cercam, também nos dão conforto e nos fazem sentir seguros; o que as pessoas fazem é muito importante em si, mas apenas como escudo. Nunca aprendemos que as coisas que fazemos como pessoas são apenas escudos e deixamos que elas dominem e transformem nossas vidas. Na verdade, eu diria que, para a humanidade, aquilo que as pessoas fazem é maior e mais importante do que o próprio mundo.


-O que você chama de mundo?
-O mundo é tudo o que está encerrado aqui - disse ele, pisando com força no chão.- A vida, a morte, pessoas, aliados e tudo o mais que nos cerca. O mundo é incompreensível. Nunca o compreenderemos. Nunca desvendaremos seus segredos. Assim, temos de tratá-lo como ele é, um simples mistério!
Mas o homem comum não faz isso. O mundo nunca é mistério para ele, e quando chega à velhice, está convencido de que não tem mais nada por que viver. Um velho não esgotou o mundo. Só esgotou o que as pessoas fazem. Mas, em sua estúpida confusão, acredita que o mundo não tem mais mistérios para ele. Que preço triste para pagar por nossos escudos!



Um guerreiro sabe dessa confusão e aprende a tratar tudo direito. As coisas que as pessoas fazem não podem, de jeito nenhum, ser mais importantes do que o mundo. E assim o guerreiro trata o mundo como um mistério infindável e o que as pessoas fazem, como uma loucura sem fim.








Carlos Castaneda - (Cajamarca, 25 de dezembro de 1925 / Los Angeles, 27 de abril de 1998) - foi escritor e antropólogo formado pela Universidade da Califórnia. Notabilizou-se após a publicação de sua  dissertação de mestrado intitulada "The Teachiongs of Don Juan - aYaqui way of knowldge" (no Brasil: A Erva do Diabo). Sua obra consiste em onze livros autobiográficos nos quais relata experiências decorrentes de sua associação com o bruxo conhecido como Don Juan matos, índio da tribo Yaquis do deserto de Sonora, no México.


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