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quinta-feira, 15 de março de 2012

A GAROTA DOS PÉS DE VIDRO








Resenha




“A Garota dos Pés de Vidro”
Autor: Ali Shaw
Editora Leya, ANO 2010 - 285 páginas



Bem vindos à ilha de Saint Hauda’s Land, onde nada é apenas comum. Tome muito cuidado ao caminhar pelos pântanos misteriosos, e jamais encare animais desconhecidos; você pode transformar-se em vidro!



Midas é um jovem e tímido fotógrafo, que vive assombrado pelas lembranças de seu pai, que suicidou-se ao descobrir um grave tumor próximo ao coração, e de sua mãe, que tivera um caso quando ele ainda era um garotinho, devido à incapacidade do pai de demonstrar-lhe afeto. 


Um dia, ele conhece a jovem Ida, que viera à ilha a fim de buscar a cura para sua doença misteriosa: seus pés estão se transformando em vidro! Decidido a ajudá-la, acaba apaixonando-se por ela, embora tente fugir de seus sentimentos; como seu pai, tem dificuldades em demonstrá-los. 


Conforme a leitura progride, chegamos a conclusão de que quase todos os personagens masculinos, habitantes de Saint Hauda’s Land, sofrem do mesmo mal: total impotência ao demonstrar sentimentos, embora eles sejam profundos.


Ida percebe, através do rápido progresso de sua doença, que não terá muito tempo, e decide que deseja viver a vida que lhe resta de maneira intensa; mas seus interesses chocam-se contra a aparente frieza e distância emocional de Midas.


Saint Hauda’s Land é um lugar onde o inusitado pode surgir diante dos seus olhos a qualquer momento: libélulas gigantescas, um rebanho de gado voador do tamanho de borboletas, animais cujo olhar transforma, gradualmente, seus observadores em vidro. Mas também é um lugar bastante comum, onde as pessoas nascem, vivem seus conflitos, amam, perdem seus amores, apaixonam-se e casam-se, tem filhos e morrem. Um lugar onde a vida acontece bem devagar, mas de maneira muito intensa; tão intensa, que seus habitantes nem sempre conseguem suportá-la.

"A garota dos Pés de Vidro" nos convida a refletir sobre nossas próprias artificialidades, e sobre o quanto deixamos que sentimentos profundos afundem, diariamente, no pântano de nossa aparente indiferença. Aprendemos que, pior do que a morte, ou de ter nossos pés sendo transformados em vidro, é permitir que esta transformação aconteça aos nossos corações.

Um livro imperdível.



3 comentários:

  1. Excelente sua resenha, ainda não li o livro, mas fiquei inclinado a fazê-lo... Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...

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  2. Olha amiga, gostei da dica, estou no fim de um book e já estava procurando uma nova aventura...

    Abraços!

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  3. Não li o livro, mas, a julgar pela sua excelente resenha, não posso perder. Tudo muito lindo por aqui, Ana! Abraços. Ana F.

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